Deixa a tua mão renascer na curva
Da paisagem, nos alicerces desertos
Da paixão – como as longas cartas que escrevias –,
Deixa que os lábios sobrevoem
As palavras incapazes de alegria
– que me calaste no auge do beijo –,
Deixa, por uma vez, que tudo flua
Como o fogo na minha mão
E se escoe pelos corações mais queimados
Pela vida.
Deixa, numa manhã assim,
Sem razão aparente e aparada
Nas pontas, que a tua mão
Corrija a órbita desta paisagem
Que prenuncia a indecifrável
Respiração da morte. |