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O ÚLTIMO CREPÚSCULO DO VERÃO
FERNANDO LUÍS SAMPAIO
POESIA
NO Nº29/30
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No mais, toda a beleza cansa
Com a imperfeição do tempo
Na hora violeta que fecha o horizonte.
A tua mão cadente,
Os teus lábios dormentes,
As nuvens raras do verão
Que riscam uma intempérie.

O teu silêncio é a curva onde me perdes
E num recorte nítido
O nome das coisas impõe a tua sombra
E traz o deserto,
O lamento que sob o toldo
Desta esplanada acompanha
O último crepúsculo do verão.

No mais, toda a beleza é sonho
De perfeição desnecessária à estupidez
Humana, porque se dela nos salvasse,
E da mentira, a paixão nunca seria solitária.

 
Relâmpago nº29/30
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