A ciência
da calma nestas matas
em que alma passeia sem reservas
não me é dada pelos velhos que descem
pelo mapa das idades
e eu via na casa do amor
em dias adolescentes.
A alma é uma reserva natural do sofrimento.
E nas ermas colinas que descem para o mundo
a dor pelo outro resfolga como um javali
que sentimos morrer dentro do peito.
Nestas tardes
de meia-idade e muita fábula
a mentira é um jogo
e a calma
uma segunda natureza em andamento.
Devemos pois pisar o escorpião
que nos invade
a sala com a voz aclimatada
às suas venenosas pinças telefónicas.
E em sossego destruir pena por pena
o pássaro do desejo.
E depois o
sexo palavra por palavra.