E depois vieram as fábulas e nelas descia-se
devagar pelo céu cinza. E avistava-se o solo
retalhado mato asfalto cidades descampados
terrenos de altos muros adiados de óbvios propósitos
as casas várias e jardins embrenhados em minúcias rasas
chão de ladrilho para esquadrinhar as insónias
crateras arribas outros declínios menos mensuráveis
trilhos largos gradeados zonas para ruminações
em pijama a desoras e para mais um cigarro
antes que venha a noite de novo sob escadas
estreitas de ferro com corredores suspensos
sobre pátios alagados em torno de ralos pátios
deambulados de dia e soltos ao vento à noite
e pátios para amigos e catástrofes e remorsos
previsíveis nas horas a retinir de talheres e terraços
na sombra e terraços na luz lado a lado e fios
atravessados na vida em comum e pessoas movendo
o ar com o hálito em pracetas recortando o espaço
sob arames e vidro e ruínas e mãos de metal movendo
caixas absortas de música e invisibilidades sonoras
e aragens e clamores e estradas longas descidas
curvas e fossas e ravinas para recomeçar e restos
de fotografias para dias de muita gente em volta
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