Nas noites de Maio, se correr
uma aragem, um casaco
de malha. Caminharei, como se soubesse
o destino de todas as cartas enviadas
por correio postal. Reparo sempre
na melhor soleira de porta
para apoiar um pé ou ombro.
Farei a melhor escolha, baseada
apenas nos critérios rigorosos da minha intuição.
Verificarei regularmente se recebi
mensagens curtas ou telepáticas.
É provável que entre numa igreja e procure
a minha senha, pensando que estou
na repartição de finanças.
“Escolhas seguras, com a idade que tem”,
disse-me o médico.
Usa sobretudo frases
sem predicados
e prescreveu-me o mesmo tratamento,
preventivo,
seguindo teoria mais divulgada de Marshall MacLuhan. |