de noite nos olhos cerrados calcula
mas a matemática é confusa:
o homem erra e arrepende-se e erra de novo.
o homem carrega um cristal pesado
na ponta dos dedos,
é fraco,
tem uma sinfonia de palavras e sons
que só ele compreende
e, dizem, não é louco:
é jovem e apto e mau terreno para flores
mas o homem tem dores
pela força que faz ao empurrar a manhã
e o homem desespera,
e o homem diz:
enterra
– o passado ou os outros
e visita-os em dias santos,
leva-lhes flores
e fica em silêncio.
o homem à noite é coveiro
ou cova pouco larga. |