Escuta como agora venho só
e é manhã na retina, os dois presos
numa conversa de ases sem razão.
A sombra levanta-se descalça e nas
mãos prepara uma fruta brilhante.
Escolho ir à roupa de cama
contar os teus cabelos até que
me convenças para o banho.
Quotidiano e tudo o mais: um dia
sento-me à mesa e não penso em nada
que já não tenha sido, apertando sinais
pelo corpo, o sangue pelos braços,
é assim: gosto de lembrar coisas que
não existem. Confluímos, sem nada
que integre ou separe nossas vontades.
Reparo com surpresa como desses olhos voam
centelhas, coisas espalhadas no nosso quintal. |