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2.
FREDERICO PEDREIRA
POESIA
N.º 34
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Apareces à porta e contigo vem
uma realidade diferente, órbita
distinta que transporto no quarto,
fluxo de tempos e feitios desfeitos.

Não deves saber quem sou, muito
menos de que se faz esta energia meiga,
a solitária simples que me cabe.
Gosto de levar meu golpe másculo,
aterrá-lo assim em mirra e poeira.

E quando as rotações da velha casa
se esgotam a mão tudo rejeita, olha
como poisa agora luzidia na infância.
Somos tão sinceros, trememos inteiros:
num vaivém puro de asas e linhagem.

 
Relâmpago n.º 34
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