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1.
FREDERICO PEDREIRA
POESIA
N.º 34
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Cerrando a linha ténue
da amizade, aqui me tens,
a terminar de ferrugem
a cancela que estremece
ao passar do nosso dia alegre,
sem muito mais que dizer.

É domingo entre nós. Isso ou
a murcha e solitária metáfora
que nada diz, agora já tanto faz.
Olhos avisados sobre o balcão
e os modos incertos que um
guarda-chuva irá amparar.

Às vezes vou com calma, também
me acho trémulo em frente ao espelho
aterrador, sem grandes enganos,
rumos ou demónios de cordel.
Às vezes, é só um gesto teu.

 
Relâmpago n.º 34
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