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U N A OV O C E OP O C A OF AO . . .

 

Cada um tem a sua diferença as mesmas
perguntas de sempre, as mesmas palavras
que desalinhavam do sorriso
o último beijo, restos, impropérios
comuns à passagem do tempo.

Que mais posso prometer?
Ao ficar a ver esta paisagem as dúvidas
sobre a permanência de alguém na vida
de outro causam embaraço
e desejos de uma vida feliz sem
remetente num aerograma selado com
o lacre da indiferença.

Cada um está por si. Nos bares, no metro,
no terrífico incêndio de não amar.
O aniz escarchado, a cerveja, a vodka
prometem uma abrupta mudança
nos planos e mais falsas ainda soam
as verdades.

Como aprendeste, fácil só a merda.

Fernando Luís Sampaio
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Relâmpago nº8

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