S E N T I D
O
Despertas.
Esqueceste o último sonho. Mas junto dos lábios
ficou talvez o seu leve indício e é tudo o que resta.
Fecharam-se
mais uma vez os olhos para que neles se torne maior
um lugar para a dúvida. Já não são tuas
sequer essas imagens
distantes, humedecidas. Mas há qualquer coisa ali que permanece
ao teu alcance. Caminhas devagar para ela e queres
conhecê-la melhor. Alguém responde: Não
é nada. A palavra
chegava ao teu espírito e aí permaneceu como se olhasses
ainda a noite que se dissipa. Sentias-te um pouco mais frágil
e de novo a escuridão veio ao teu encontro. É assim
que fica
perdido o sentido de tudo para sempre. Uma pétala caiu
sem ruído, e sabes a que rosa pertence. Mas esta não
existe.