<

A P R E N D I Z A G E MO D AO P O E S I A

 

Durou muitos anos, aquele verão.
Crescíamos sem pressa com o trigo
e as abelhas. Com o sol
corríamos para a água, à noite
num verso de Shakespeare ou
na nossa boca uma estrela dançava.
Aprendíamos a amar, aprendíamos
a morrer. Ao coração
pedíamos para escutar o rumor,
não do mundo, que ninguém abarca,
apenas da brancura de uma folha
e outra folha ainda de papel.


Foz do Douro, 3.11.97

Eugénio de Andrade
<
>
 
 

Relâmpago nº2

<
>