Aquele javali espera-te
entre a folhagem.
Tudo o que podes é demorar-te,
ensinar a teu gosto todos os sabores,
a saliva de todas as bagas.
Vertiginosos foram os teus pulos de antes
mas agora a mola do teu coração
como um canguru velho
meter-te-á cada vez mais no bolso.
As leis do que vejas ultrapassarão
tudo o que podes,
os teus olhos obturadores:
a queda da pinha, o regato do lagarto,
o feixe da luz refracta,
apenas a noite será condolente, concorde
ao teu tempo de reacção
enquanto és ainda velho
conquanto lesto acompanhes
a sempre solícita rapariga
do teu sonho veloz. |