Proust mal lido, ou de ouvido
por fim me chega certo, pinçado
por sua leitura detida, em francês
num piscar de olhos mais rápida
quando trazido por quem conhece
para o sabor da nossa língua
o esmero daquele que descreveu
a cada folha, todas as suas nervuras
na frase serpentina que percorre
sem abrir mão de nenhum volteio
os sete volumes do tempo perdido
mas constantemente lembrado, pois
te atravessam, e, através de você
na sua tradução, que se superpõe
às outras, se transfere até a mim. |