*
Junto à praia,
estacou.
Perguntando-se:
entrar
pelo mar dentro
fá-lo-ia mais largo
e generoso
ou era melhor
roubar as asas desse
e voar
pelos céus
Retraídas
as garras,
estacou
*
E sem pensar
no que seria o vento
a balouçar em ciprestes de sol,
penetrou na primeira
onda de luz
Mas não
ficou mais largo,
nem melhor,
nem com maior coragem
de se dar
*
Pensou então
no outro
De como serviriam
no seu pêlo rente,
no seu olhar de trespassar prisões,
de rasgar barras,
ou na sua cabeça tão perfeita,
de orelhas muito breves,
mas capazes
de ouvir a mais fugaz
das mais serpentes
como lhe serviriam
essas asas
Voar pelo céu
todo
e ser mais que
feliz
[...]