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Vitrine
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Antonio
Cicero
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Poesia Brasileira Actual |
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Que
divisa o olhar desse moreno?
Namora os tênis atrás da vitrine? Ou a vidraça que os devassa e inibe os seus impulsos serve-lhe de espelho e ele recai na imagem de si mesmo, igualmente visível e intangível? É assim tantálico que ele me atinge obliquamente e ao mesmo tempo em cheio e mesmeriza, e sinto meio como se eu o despisse e ele mal percebesse. Quando olha para trás um instante, atino que longe sonhava e ainda seus olhos recordam campos de futebol verdes feito o pano das mesas dos cassinos. |
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