À semelhança
de números anteriores, também o nº 15 de Relâmpago
apresenta um dossier monográfico dedicado a um dos grandes poetas
portugueses contemporâneos. É agora a vez de Eugénio
de Andrade. Concretiza-se, deste modo, uma homenagem ao poeta
que desde o primeiro momento acompanhou o aparecimento da Fundação
com o nome de Luís Miguel Nava e da revista por ela editada,
na qual tem vindo a colaborar com regularidade.
O redobrado sentido da homenagem prende-se também ao facto de
Eugénio de Andrade ter desempenhado
um papel decisivo para a definição do percurso poético
de Luís Miguel Nava, como este mesmo refere em testemunho autobiográfico,
ao falar dos ecos intertextuais na sua poesia (cf. Algumas coincidências
no volume Ensaios Reunidos, recentemente editado, Assírio
& Alvim, 2004). Acresce que Luís Miguel Nava foi indiscutivelmente
um dos melhores intérpretes da poesia de Eugénio
de Andrade; o autor de As Mãos e os Frutos é
criticamente o poeta mais visitado, é a ele que é dedicado
o maior número de ensaios no volume acima referido.
Este número oferece um estimulante conjunto de ensaios e ainda
alguns testemunhos sobre o autor de uma das mais depuradas e luminosas
obras poéticas da literatura portuguesa. Dá-se ainda a
conhecer poesia inédita de António Ramos Rosa, Albano
Martins, Fernando Guimarães, Jorge Sousa Braga, assim como a
tradução de passagens do Canto XVIII da Ilíada
por Frederico Lourenço.
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